Escravos trabalhando em mineração. Litogravura de Rugentas.

Sala de Aula - História Brasil - Brasil Colônia

OS BANDEIRANTES

Marcos Emílio Ekman Faber

Quando os espanhóis começaram a desbravar a América, logo encontraram metais preciosos em abundância (ouro e prata). Já os portugueses encontraram metais em pequena proporção, por isso, passaram a explorar o pau-brasil. Porém, o governo português preocupado em manter o domínio sobre o território brasileiro patrocionou a entrada de expedições em terras brasileiras.

Existiram três tipos de expedições ao território brasileiro:

Bandeiras: expedições particulares de exploração do território.
Entradas: expedições patrocinadas pelo governo português.
Monções: expedições fluviais, por rio, ao território brasileiro.

Todas elas tinham duas funções exploratórias. A primeira, era a de exploração do território e, a segunda, de exploração das riquezas naturais (ouro, prata) e do apresamento (aprisionamento) de indígenas (escravização).

Como inicialmente, os bandeirantes não encontraram ouro, passaram a escravizar índios. Por esse morivo, passaram a invadir as Missões Jesuíticas, pois nestes locais os índios eram europeizados, ou seja, eram instruídos na agricultura e na pecuária, assim como já haviam recebido o catolicismo por religião. Isso fazia dos índios missineiros mais áptos para o trabalho escravo do que os indígenas selvagens, que resistiam mais à escravidão.

Apesar da caça ao índio ter ocupado a atenção dos bandeirantes até meados do século XVII, desde os primeiros tempos da colonização houve tentativas de descobrir metais preciosos no sertão brasileiro. Mas não somente isso, pois o explorador português Martim Afonso de Souza trouxe ao Brasil as primeiras mudas de cana-de-açúcar em 1533, também fundou a Vila de São Vicente (no atual estado de São Paulo), local onde fundou o primeiro Engenho de Açúcar do Brasil.

Entretanto, a descoberta do ouro e da prata, assim como de pedras e metais preciosos (diamantes, ágatas, etc.) fez com que iniciasse uma corrida ao ouro no Brasil. Pessoas de todas as partes mudavam-se para as regiões das minas gerais em busca do enriquecimento rápido.

O governo português, atento ao que acontecia, criou a Lei do Quinto, onde um quinto (20%) do ouro encontrado no Brasil seria entregue, na forma de imposto, ao rei de Portugal.

Para burlar essa Lei, os mineradores enviavam o ouro dentro da imagem de santos, eram os Santos do Pau-Oco, ver imagem ao lado.

O Mito dos Bandeirantes

Na literatura e na pintura nacionalista do século XIX e inicio do XX (ver a imagem de Domingos Jorge Velho em gravura pintada em 1903, no alto à direita), os bandeirantes foram representados como heróis e desbravadores de uma terra hostil e gigantesca, homens de grande coragem e bravura, bem armados, bem vestidos, calçando botas, usando chapéus e com traços puramente europeus. Dessa forma os artistas ajudaram a criar um mito, selecionando o que deveria ser celebrado.

Porém, segundo o historiador Bóris Fausto:

"Os bandeirantes marcham descalços (...). Constituíram um grupo de origem portuguesa ou mestiça (...) e não tinham nada a ver com a imagem de heróis civilizadores. Do ponto de vista da organização social, os paulistas construíram uma sociedade rústica, com menos distinção entre brancos e mestiços, influenciada pela cultura indígena". (Boris Fausto, História do Brasil, Edusp, 1995).

Questões para reflexão

1. Como os bandeirantes eram retratados na pintuira do século XIX e início do século XX?

2. Segundo o historiador Bóris Fausto, como era a aparência e como viviam os bandeirantes?

3. Na sua opinião, qual das duas versões está correta? Explique.

Como auxílio, utilize os vídeos ao lado.



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Domingos Jorge Velho (pintura de 1903), um dos principais bandeirantes a explorar o território brasileiro.
 

Vídeo: Brasil Açucareiro e os Bandeirantes (27:00) por Bóris Fausto
 

Vídeo: A Escravidão no Brasil Colônia (2:58)
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Santo do Pau-Oco. (amplia)
 
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