Quando
os espanhóis começaram a desbravar a América,
logo encontraram metais preciosos em abundância
(ouro e prata). Já os portugueses encontraram
metais em pequena proporção, por isso,
passaram a explorar o pau-brasil. Porém, o governo
português preocupado em manter o domínio
sobre o território brasileiro patrocionou a entrada
de expedições em terras brasileiras.
Existiram três tipos de expedições
ao território brasileiro:
Bandeiras: expedições
particulares de exploração do território.
Entradas: expedições
patrocinadas pelo governo português.
Monções: expedições
fluviais, por rio, ao território brasileiro.
Todas elas tinham duas funções exploratórias.
A primeira, era a de exploração do território
e, a segunda, de exploração das riquezas
naturais (ouro, prata) e do apresamento (aprisionamento)
de indígenas (escravização).
Como inicialmente, os bandeirantes não encontraram
ouro, passaram a escravizar índios. Por esse morivo, passaram a invadir as Missões Jesuíticas,
pois nestes locais os índios eram europeizados,
ou seja, eram instruídos na agricultura e na
pecuária, assim como já haviam recebido o catolicismo
por religião. Isso fazia dos índios missineiros mais áptos para
o trabalho escravo do que os indígenas selvagens, que resistiam mais à escravidão.
Apesar da caça ao índio ter ocupado a
atenção dos bandeirantes até meados
do século XVII, desde os primeiros tempos da
colonização houve tentativas de descobrir
metais preciosos no sertão brasileiro. Mas não somente isso, pois o explorador português Martim Afonso de Souza trouxe ao Brasil as primeiras mudas de cana-de-açúcar em 1533, também fundou a Vila de São Vicente (no atual estado de São Paulo), local onde fundou o primeiro Engenho de Açúcar do Brasil.
Entretanto, a descoberta do ouro e da prata, assim como de pedras
e metais preciosos (diamantes, ágatas, etc.)
fez com que iniciasse uma corrida ao ouro no Brasil. Pessoas de todas as partes mudavam-se para as regiões
das minas gerais em busca do enriquecimento rápido.
O governo português, atento ao que acontecia, criou
a Lei do Quinto, onde um quinto (20%) do ouro encontrado no
Brasil seria entregue, na forma de imposto, ao rei de
Portugal.
Para burlar essa Lei, os mineradores enviavam o ouro
dentro da imagem de santos, eram os Santos do Pau-Oco,
ver imagem ao lado.
O Mito dos Bandeirantes
Na literatura e na pintura nacionalista do século XIX e inicio
do XX (ver a imagem de Domingos Jorge Velho em gravura pintada em 1903, no alto à direita), os bandeirantes
foram representados como heróis e desbravadores
de uma terra hostil e gigantesca, homens de grande coragem
e bravura, bem armados, bem vestidos, calçando
botas, usando chapéus e com traços puramente
europeus. Dessa forma os artistas ajudaram a criar um
mito, selecionando o que deveria ser celebrado.
Porém, segundo o historiador Bóris Fausto:
"Os bandeirantes marcham descalços (...). Constituíram
um grupo de origem portuguesa ou mestiça (...)
e não tinham nada a ver com a imagem de heróis
civilizadores. Do ponto de vista da organização
social, os paulistas construíram uma sociedade
rústica, com menos distinção entre
brancos e mestiços, influenciada pela cultura
indígena". (Boris Fausto, História do
Brasil, Edusp, 1995).
Questões para reflexão
1. Como os bandeirantes eram retratados na pintuira
do século XIX e início do século
XX?
2. Segundo o historiador Bóris Fausto, como
era a aparência e como viviam os bandeirantes?
3. Na sua opinião, qual das duas versões
está correta? Explique.
Como auxílio, utilize os vídeos ao lado.